O que é Síndrome do Túnel do Carpo? Quais os tratamentos? Como a Osteopatia pode ajudar?

A síndrome do túnel do carpo (STC) é definida pela compressão do nervo mediano no punho. É a mais frequente das síndromes compressivas. Ainda que as regressões espontâneas sejam possíveis, o agravamento dos sintomas é algo muito comum.

O diagnóstico é, acima de tudo, clínico pelos sintomas e testes provocativos. Um exame eletroneuromiográfico ou de ultrassom pode ser recomendado no pré-operatório ou em caso de doença laboral.

Fatores de Risco

Os fatores de risco suspeitos de síndrome do túnel do carpo (STC) incluem:

• Diabetes mellitus,

• Menopausa,

• Hiporeoidismo,

• Obesidade,

• Artrite e artrose,

• Gravidez,

• LER/DORT, dentre outros.

Como o hiporeoidismo, a menopausa e a gravidez são fatores de risco, existe forte suspeita de que alterações hormonais podem ser o causador deste tipo de problema.

Gravidez provavelmente aumenta o risco de STC por uma combinação de edema e alterações hormonais; dados epidemiológicos mostram que a incidência de STC relacionada à gravidez é alta.

Evidências disponíveis sugerem que, no máximo, uso excessivo de computadores é um fator de risco menor, provavelmente resultante do estresse mecânico do nervo causado por contato com tendões circundantes excessivamente usados.

Tratamentos

Existe uma série de opções de tratamentos. Estas podem ser divididas em conservadoras (não cirúrgicas) e cirúrgicas.

As técnicas conservadores incluem:

• Medicamentos como anti-inflamatórios ou vitaminas,

• Injeção local de corticóide,

• Órtese de imobilização noturna com o punho em posição neutra (confeccionado por Terapeutas Ocupacionais ou Fisioterapeutas),

• Modificação das medidas mecânicas e ergonômicas,

• Fisioterapia (Ultrassom, TENS, laserterapia e cinesiologia),

• Osteopatia (técnicas manipulativas manuais).

As técnicas cirúrgicas incluem:

• Cirurgia aberta

• Cirurgia tipo miniopen

• Cirurgia endoscópica do túnel do carpo

Osteopatia

Na osteopatia o tratamento para a STC deve passar por uma avaliação minuciosa, cuja finalidade é identificar possíveis pontos de tensão tecidual adversa, como: forames vertebrais, desfiladeiros neurais, aponeuroses etc.

A busca por alterações biomecânicas das articulações cervicais, primeira costela, clavícula, cotovelo e punho são fundamentais para o tratamento da STC. Além disso não podemos deixar de avaliar e abordar o sistema nervoso autônomo, que é responsável pela manutenção de importantes funções neurais como o fluxo sanguíneo.

Devemos considerar analisar e intervir em todo o trajeto de drenagem vascular das regiões citadas.

Após abordadas as possíveis regiões que estão correlacionadas as tensões sobre o nervo, podemos abordar diretamente o tecido neural, com técnicas para melhorar a sua mobilidade, complacência e vascularização.⁣ ⁣

As técnicas mais utilizadas são as de mobilização neural do nervo mediano e manipulações da coluna cervical visando a analgesia, ganho de mobilidade neural, redução da tensão neural adversa, melhora da função mecânica e sensitiva e retorno às atividades cotidianas dos pacientes.

O diagnóstico e o tipo de tratamento podem ser direcionados pelo médico especialista. Em vários dos casos não há necessidade de cirurgia, mas cada caso deve ser avaliado pontualmente.

Não faça uso de medicamentos sem a prescrição correta do profissional!

Se cuide!

Um abraço,

Atenciosamente

Dr. Hérick Amarante

Fisioterapeuta/Osteopatia

Referências:

Michel Chammas, Jorge Boretto, Lauren Marquardt Burmann, Renato Matta Ramos, Francisco Carlos dos Santos Neto, Jefferson Braga Silva.

Síndrome do túnel do carpo – Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico),

Rev. Bras. Ortop., 2014 49 (5). Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rbo.2013.08.007.

Michel Chammas, Jorge Boretto, Lauren Marquardt Burmann, Renato Matta Ramos, Francisco Carlos dos Santos Neto, Jefferson Braga Silva. Síndrome do túnel do carpo – Parte II (tratamento). Rev. Bras. Ortop., 2014 49 (5). Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rboe.2014.08.002

Cervelin, Caren Bragagnolo Terapia Manual na Síndrome do Túnel do Carpo: uma Revisão Sistemática. Dissertação (mestrado) -- Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, 2017. Disponível: https://repositorio.ufcspa.edu.br/jspui/bitstream/123456789/720/1/%5BDISSERTA%C3%87%C3%83O%5D%20Cervelin%2C%20Caren%20Bragagnolo

Santos, Carlos M. T. Pereira, Carlos U. Reabilitação na síndrome do túnel do carpo. Arq Bras Neurocir 28(4): 159-162, 2009. Dipsonível: http://files.bvs.br/upload/S/0103-5355/2009/v28n4/a2354.pdf